Palmeiras voltou. Agora para ficar?

Por Vanessa Gonçalves

A agonia da segunda divisão chegou ao fim para o Palmeiras. Sábado (26), com o Pacaembu lotado e mesmo com um zero a zero morno, um dos maiores time da capital paulista retornou à elite – local de onde nunca deveria ter saído. Afinal, rivalidades à parte, nenhum clube é grande se não tiver outro do seu tamanho e tradição para competir.

Há poucos meses de chegar o centenário, o Palestra Itália reviveu um pesadelo e, como há dez anos, sacudiu a poeira e deu a volta por cima. No entanto, imagino que muitos torcedores alviverdes estejam se perguntando. Será que agora aprendemos a lição?!

A torcida está de parabéns, pois apoiou o time nessa luta

Espera-se que sim. E é preciso que isso aconteça. Até porque o Palmeiras merece ser bem melhor cuidado por seus dirigentes. Não pode deixar que as rixas internas levem o clube à agonia. Não é justo com sua história, nem com seu torcedor.

Mesmo com o acesso à série A, o Palmeiras não parece estar preparado para encarar os desafios de 2014. O time que sobrou na segunda divisão precisa de organização e planejamento para não afundar novamente. E parece que o primeiro erro estar em não dar continuidade ao trabalho do bravo Gilson Kleina, que enfrentou (e enfrenta) a desconfiança de sua própria diretoria, que já busca um treinador de renome para o cargo.

Ora bolas, quando o Palmeiras estava vivendo dias de inferno nenhum desses homens de renome abraçaram o projeto de levantar o time. Por que agora que a volta à elite do futebol está confirmada podem entrar em cena? É preciso valorizar quem esteve a favor do clube em seu momento mais difícil e aprender com as lições dos adversários que passaram pelo mesmo perrengue.

Basta lembrar que há cinco anos o Corinthians voltou para a primeira divisão sob o comando de Mano Menezes. Se desfez do técnico e do time que disputou a série B? Não, valorizou aqueles atletas, o técnico – até ele aceitar o convite de comandar a Seleção –, reforçou a equipe e, desde então, conquistou todos os títulos nacionais e internacionais que disputou. Por que não seguir o mesmo exemplo?

Mesmo com a mudança de diretoria, o clube continua enfrentando conflitos internos e não tem planos concretos para o próximo ano além da abertura do Alilanz Parque, que já começa a dor de cabeça ao clube.

Não é a toa que, mesmo com a alegria do regresso, parte da torcida continue chiando. Está claro para os palmeirenses que o time voltou, mas nenhum deles sabe se é para ficar!